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quarta-feira, 29 de junho de 2011

"O Brasil assume participação ativa nessa nova ordem internacional"



Neste discurso a presidente Dilma Roussef fala sobre a inserção do Brasil no mundo, afirma que o ONU está obsoleta e a reforma do Conselho de Segurança da ONU.
Colômbia prende líder das Farc com ajuda do Equador


Polícia equatoriana detém Fabio Ramírez, um dos líderes da frente da guerrilha que atuava próximo à fronteira, e deve extraditá-lo

29 de junho de 2011
0h 00

 O Estado de S.Paulo

QUITO
 
Jaime Saldarriaga/Reuters

Jaime Saldarriaga/ReutersVigilância. Equipe antibombas inspeciona caminhão usado pelas Farc para transportar drogas

Um guerrilheiro das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) foi preso na segunda-feira em Quito, em uma ação da polícia equatoriana com apoio do Exército da Colômbia. Fabio Ramírez Artunduaga, conhecido como Danilo, de 38 anos, era o número 2 da frente 48 das Farc, que atua na fronteira entre os dois países. Ele foi detido com sua companheira em um centro comercial no sul da capital e deve ser deportado.



Segundo o comandante das Forças armadas colombianas, almirante Edgar Cely, o guerrilheiro era suspeito de planejar um atentado que deixou oito policiais mortos e quatro feridos no povoado fronteiriço de San Miguel, no sul do país, em setembro de 2010. A recompensa oferecida pela sua captura era de US$ 195 mil.



"Ramirez era o homem de confiança de Milton de Jesus Toncel, o Joaquín Gómez, comandante do bloco sul e membro do secretariado das Farc", disse Cely. Ainda de acordo com o almirante, o guerrilheiro tentava fugir para a Colômbia e foi capturado graças a dados de inteligência militar e informações dadas por pessoas próximas a ele.



De acordo com o chefe da Unidade de Luta contra o Crime Organizado da polícia equatoriana, coronel David Proaño, as digitais do suspeito ainda estavam sendo identificadas. "Estamos verificando essas informações para saber se trata-se da mesma pessoa", disse.



Um agente equatoriano que participou da operação disse que o guerrilheiro negociava armas, explosivos e uniformes militares. Segundo ele, após sua prisão, o suspeito disse que já pertenceu às Farc, mas abandonou o grupo. "Ele alegou estar no Equador para tratar da saúde. Afirmou sofrer de hemorroida e gastrite", disse.



Parceria. As autoridades colombianas exaltaram a parceria com o Equador para efetuar a prisão. "Gostaria de parabenizar e agradecer as autoridades equatorianas pela prisão", disse Cely. Um dos comandante do Exército, general Juan Carlos Salazar, disse que a operação foi realizada em conjunto com o país vizinho. "Nós o seguíamos há alguns meses. Ele sumiu, mas conseguimos localizá-lo no Equador", declarou.



Ainda de acordo com o general, a prisão de Ramírez mostra que restam poucos lugares para os guerrilheiros das Farc se esconderem. "Os países vizinhos estão colaborando", afirmou.



Equador e Colômbia retomaram as relações diplomáticas em dezembro, rompidas por mais de dois anos e meio. Em março de 2008, uma ação do Exército colombiano no país vizinho matou o número dois das Farc, Raúl Reyes. Com a posse de Juan Manuel Santos, no ano passado, as relações, que entre Álvaro Uribe e Rafael Correa eram tensas, melhoraram. O mesmo aconteceu com a Venezuela do presidente Hugo Chávez. Os dois países reestabeleceram relações após a posse de Santos. / AFP, AP e REUTERS



PARA LEMBRAR



Morte de Reyes causou atrito



Na semana passada, a Justiça equatoriana convocou o diretor da Polícia Nacional da Colômbia, Oscar Naranjo, e outros oficiais por causa da operação que resultou na morte do número dois das Farc, Raúl Reyes, ocorrida em território equatoriano em 2008. O presidente Juan Manuel Santos, rejeitou a convocação, dizendo que os únicos responsáveis pela operação eram ele, na época ministro da Defesa, e o presidente Álvaro Uribe. Para o governo equatoriano, a ação violou a soberania do país. Além de Naranjo, foram convocados também o general Freddy Padilla, ex-comandante das Forças Armadas da Colômbia, e os ex-chefes do Exército, Marinha e Força Aérea.





terça-feira, 14 de junho de 2011



‘Chavismo não dá voto no Peru’

Peruanos aprendem que Bolívar, herói de Chávez, ‘foi terrível’ ao reduzir o país à metade para criar a Bolívia, diz professor da Unesp

O Estado de S. Paulo

11 de junho de 2011

16h 00
CAROLINA ROSSETTI

Antes de ser presidente do Peru e ganhar simpatizantes pelo combate ao grupo terrorista Sendero Luminoso; antes de ser preso por corrupção, evasão de divisas, genocídio e ter uma ideologia política batizada com seu sobrenome; antes de tudo isso, Alberto Kenya Fujimori dava aula de cálculo integral. "Numa reunião de ex-alunos em Lima concluímos que Fujimori, o professor, era igual ao presidente: sempre foi um cara mau, um sujeito ruim que adorava humilhar os alunos que tiravam nota baixa". A lembrança é do peruano Enrique Amayo Zevallos, ex-aluno de Fujimori na Universidade Nacional Agrária de La Molina e hoje professor de História Econômica e Estudos Internacionais Latino-americanos da Unesp.



REUTERS/Mariana BazoHumala. País espera do presidente eleito a conciliação entre mercado e distribuição de rendaNa entrevista a seguir, Amayo Zevallos comemora a derrota da herdeira do fujimorismo, fala do futuro político do Peru e diz que o afastamento de Ollanta Humala do projeto "falido" de Hugo Chávez não é artifício, mas realidade. Seu grande desafio será renegociar os convênios com as mineradoras, questão de grande apelo popular entre os setores da sociedade que foram decisivos para sua eleição. Para isso, a saída será um "governo de conciliação" nos moldes da Concertación chilena.
Conciliação
"Essa é a palavra mais importante para o governo de Humala. E soa muito como Concertación. O presidente eleito precisa se mirar no Chile, que teve seu mais glorioso momento - não é mais - quando forças progressistas fizeram um pacto para permitir a governabilidade. Humala sabe que metade do país queria Keiko e muitos peruanos só votaram nele para evitar o monstro do fujimorismo. Por isso, foi tão essencial o apoio do ex-presidente Alejandro Toledo, que permitirá a Humala ter maioria no Congresso, e do escritor Mario Vargas Llosa, que tem grande peso dentro e fora do país.
Opção ‘paz e amor’
"O primeiro tour pela América Latina ignora a Venezuela, o que já mostra uma opção de Humala pela moderação. Escolher o Brasil antes de qualquer outro país é também sinal da aliança com os petistas e reforça a imagem de "paz e amor" que emprestou de Lula. Temo, contudo, pelo pacote inteiro que vem com o PT e inclui práticas obscuras de financiamento de campanha, como as que resultaram no mensalão.
Chávez de escanteio
"Ninguém quer vincular sua imagem à de Hugo Chávez, que vive um momento impopular. Não é artifício de Humala dizer não ter mais vínculos íntimos com o venezuelano. O chavismo não dá voto no Peru. É um projeto ineficiente e falido. O bolivarianismo também não dá voto. Os peruanos aprendem na escola que Simon Bolívar foi terrível para a história do país, reduziu o território pela metade ao criar a Bolívia. Adotar o projeto chavista também implicaria romper com o acordo bilateral com os Estados Unidos. São acordos desses que explicam, em parte, o sucesso do Peru, que cresceu a taxas duas vezes maiores que o Brasil nos últimos cinco anos.
Medo e especulação
"O grande capital e a maioria da imprensa estão decepcionados porque apostaram todas as fichas na vitória do fujimorismo. Em seu projeto original, Humala falava em nacionalizar os bancos. Só depois fez um movimento para a centro-esquerda. Creio que não romperá com as regras do jogo, até porque não pode. Já vimos o que aconteceu na segunda, quando a bolsa de Lima teve uma queda histórica. Isso foi resultado de uma mistura de medo e gigantesca especulação sobre quem é Humala e como governará. Para manter o Peru no rumo do crescimento, ele terá que escolher alguém aberto ao mercado para administrar a economia. Mas terá que aliar o desenvolvimento à distribuição de renda para as camadas mais baixas, que foram excluídas da bonança dos últimos anos. É o que o país espera dele.
Mineradoras
"O Peru é rico em ouro, prata, cobre e zinco e as mineradoras do país estão entre as mais produtivas do mundo, mas retornam poucos recursos ao Estado. Não é preciso ser revolucionário para ver a necessidade de renegociar esses convênios. Algumas concessões para a exploração são da era Fujimori, quando o setor não tinha o sucesso de hoje. As mineradoras são ainda muito poluidoras. Territórios inteiros foram devastados e populações afetadas. Houve um número grande de abortos e crianças nascidas com defeitos físicos devido à contaminação por metais pesados dos lençóis freáticos. Por isso, o movimento dos afetados pela mineração é forte e apoiou Humala. Ele terá que honrar esse apoio.
Os Humalas
"Ollanta sempre teve um pé no mundo indígena e outro na Europa. O sobrenome Humala, do pai, é indígena, o primeiro nome também, mas Tasso, da mãe, é um nome de família aristocrata da Itália. Humalas sempre moraram na França e estudaram na Sorbonne. O pai de Ollanta, Isaac Humala Núñez, um comunista histórico e nacionalista indígena, instruiu os filhos sobre a importância da formação acadêmica. Não são, portanto, dirigentes políticos com níveis mínimos de educação. Os irmãos Ollanta e Antauro ingressaram na carreira militar porque essa era a única forma de chegar ao poder no Peru. (Antauro está preso até hoje por organizar um levante contra Toledo). Um terceiro irmão, Ulisses, é um acadêmico respeitado, que já foi candidato à presidência e briga publicamente com Ollanta, pedindo mais transparência do irmão quanto aos financiamento de campanha. É uma família peculiar, mas com gente inteligente que pode aconselhar Ollanta pela moderação sem esquecer o comprometimento com o social.
Os Fujimoris
"Fujimori é mau. Ele foi capaz de torturar a ex-mulher, Susana, quando ela denunciou as negociatas que ele fazia com o Japão. Ela sumiu por um tempo dentro daquele palácio de governo, foi torturada, depois reapareceu e foi diagnosticada como louca. Suas declarações não valiam mais nada. A filhinha, Keiko, virou primeira-dama e foi corrompida pelo pai. Ela nunca se pronunciou sobre a mãe. É disso que são capazes os Fujimoris.

Hotel de luxo
"Uma vitória de Keiko seria terrível não só para o Peru, mas para toda a América Latina, pois abriria uma janela de possibilidade para políticos com passados tão obscuros quanto o de Alberto Fujimori tentarem reconstruir suas carreiras. O maior interesse político de Keiko, se eleita, seria tirar o pai da prisão. Na prisão, Fujimori tem, entre outras regalias, um jardim de 10 mil m². Sua cela se transformou em centro para discussões políticas. É inacreditável. Humala sabe que terá que pôr panos quentes nessa história e fazer concessões. Talvez ele mande Fujimori para um lugar intermediário, que se pareça mais com uma penitenciária que com hotel de luxo."





SantaCatarinaBR - Especialistas debatem a política de defesa brasileira ...

              Globo News Painel discutiu dia 23/04/2011 a política de defesa nacional. Os recentes cortes de verbas para a compra de novos equipamentos bélicos gerou incertezas com relação ao reaparelhamento das Forças Armadas brasileiras. Neste debate no Globo News Painel, os jornalistas Robertos Godoy do jornal O Estado de S. Paulo, Willian Waack da Globo e mais o presidente da Helibrás, Eduardo Marson, e o professor da FACAMP, Alexandre Fuccille, fazem uma análise sobre este corte de verbas para a compra de equipamentos bélicos. O Brasil é o país sul-americano que mais compra armamentos. Esta discussão é certamente de interesse de toda a região do Pacífico Sul- Americano e da Amazônia, pois o reaparelhamento brasileiro faz parte da estratégia de dissuasão empregada pelas forças Armadas Brasileiras, sobretudo está considerado dentro de da política de projeção estratégica brasileira.

Globo

terça-feira, 7 de junho de 2011

Entrevista à TV chilena



Nesta Entrevista concedida a TV chilena o Ministro das Relações exteriores do Brasil, Antonio Patriota, além das relações entre Brasil e Peru,  fala sobre a potencialidade do corredor bioceanico que ligaria o Atlântico ao Pacífico.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Ollanta Humala vence as eleições presidenciais no Peru

Candidato nacionalista derrota Keiko Fujimori no 2º turno em disputa acirrada
O candidato nacionalista Ollanta Humala celebra a vitória no segundo turno das eleições presidencias peruanas na Praça Dois de Maio, na capital Lima. (Paolo Aguilar/EFE)
O candidato nacionalista Ollanta Humala venceu o segundo turno das eleições presidenciais realizadas neste domingo no Peru, de acordo com os primeiros dados oficiais informados pelo Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE). A chefe da ONPE, Magdalena Chú, comunicou os resultados no domingo, seis horas após o fechamento dos colégios eleitorais, com 75% das urnas apuradas, constatando 50,087% dos votos a Humala contra 49,913% de Keiko Fujimori. Nesta segunda, com 92% dos votos apurados, o nacionalista tem 51,28% dos votos, contra 48,72% da rival.
Mais cedo, o departamento de Lima, que concentra cerca de um quarto dos eleitores do país e que já teve todas as urnas contabilizadas, distorcia o panorama dos resultados, pois nele Keiko obteve até agora 57% dos votos, contra 42% de Humala. Mas Keiko Fujimori já praticamente reconheceu a derrota eleitora ao deixar o hotel onde acompanhava a apuração. Já os simpatizantes de Humala se concentravam em uma praça no centro de Lima à espera do virtual vencedor para festejar os resultados.
Após a divulgação dos resultados parciais, a Bolsa de Valores de Lima registrava uma baixa de 8,71% na abertura da sessão desta segunda-feira, com quedas expressivas das ações do setor de mineração, e teve suas operações suspensas preventivamente. A queda foi a mais expressiva do ano nesse mercado, com o índice General a 19.378,78 pontos. A tendência de baixa foi motivada pelas empresas de mineração: Austral (-17,8%), Atacocha (-15,6%) e Volcán (-15%).
Expectativa - Pouco antes de abandonar o Hotel Bolívar, com semblante sério, Keiko saiu à sacada para cumprimentar seus simpatizantes, aos quais disse: "Se forem confirmados (os números das pesquisas, que indicam vitória de seu rival, Ollanta Humala), serei a primeira a reconhecer os resultados, como disse desde o início".
Ao verem a candidata, os simpatizantes não pareciam se contentar com a derrota e começaram a gritar "sim, se pode", mas Keiko praticamente reconheceu sua derrota ao dizer-lhes que o fato de ter conseguido quase a metade dos votos e a confiança popular representava, para ela, motivo de "grande alegria e satisfação". Já os seguidores de Humala, desde o início da tarde, começaram a se concentrar na praça Dos de Mayo, lugar habitual de reunião da esquerda peruana, e horas depois já lotavam a praça, onde começaram a festejar com canções e danças.
O atraso no anúncio dos resultados oficiais fez também com que Ollanta Humala continuasse à espera da confirmação, acompanhando tudo em um luxuoso hotel sem pronunciar uma palavra, embora começasse a receber mensagens de felicitações, algumas tão significativas como a enviada pelo presidente do Chile, Sebastián Piñera.
Segundo um comunicado da coalizão Gana Peru, liderada por Humala, Piñera ligou ao candidato nacionalista para parabenizá-lo pelos resultados, e o presidenciável nacionalista "agradeceu o gesto e fez votos para que as relações entre os Governos se fortaleçam em prol de ambos os países".
Declarações - Faltando um discurso do próprio Humala, vários dos integrantes de sua equipe de governo se multiplicaram em declarações para transmitir mensagens de tranquilidade aos mercados, diante dos temores de que, nesta segunda-feira, a Bolsa de Lima sofra uma forte queda e que a eleição de Humala assuste os investidores.
"Imagino que um dos primeiros anúncios que (Humala) fará são os nomes do chefe de Gabinete e o ministro da Economia. Isso é uma prática comum e o país o exige, a economia o exige, os mercados internacionais o exigem, e a Gana Peru responderá à altura das circunstâncias", disse o porta-voz da coalizão, Daniel Abugattás.
O chefe do plano econômico da Gana Peru, Félix Jiménez, destacou que o futuro Governo de Ollanta Humala respeitará todos os contratos e afirmou que as reformas que o país requer serão realizadas sempre respeitando os preceitos constitucionais. Ele insistiu na vontade do líder de unir o povo. "Essa é a vocação de Ollanta Humala. Ele fará um Governo para todos os peruanos, sem exclusão social, um Governo inclusivo", ressaltou.
O virtual segundo vice-presidente, Omar Chehade, pediu ao atual presidente da República, Alan García, às autoridades do Ministério da Economia e ao Banco Central que deem sinais de confiança para que não haja instabilidade econômica ou política nas próximas horas.
(com Agência EFE)

domingo, 5 de junho de 2011

Peruanos vão hoje às urnas entre os 'fantasmas' de Chávez e Fujimori



Sem uma opção de centro, classe média do Peru deve escolher entre alternativas populares da esquerda, encarnada por Humala, e da direita, representada por Keiko; espectro do fim da prosperidade e retrocesso da democracia ronda o país

05 de junho de 2011

0h 00

Fernando Gabeira - O Estado de S.Paulo

          "Quando é que o Peru "se estrepou"?" Em tradução livre, é essa uma das frases de abertura do livro A Cidade e os Cachorros, que lançou o romancista Mario Vargas Llosa no cenário internacional. Muitos peruanos se perguntam se as eleições de hoje um dia servirão de resposta a uma pergunta desse tipo.

         Em manifestação, eleitores defendem voto em Humala para impedir vitória de Keiko: lemas de campanha são ‘Fujimori nunca mais’ e ‘fora Chávez’

             Polarizada entre dois candidatos, a conservadora Keiko Fujimori e o esquerdista Ollanta Humala, as eleições peruanas no segundo turno foram também uma batalha de assombrações. O ex-presidente Alberto Fujimori, pai de Keiko, e o venezuelano Hugo Chávez, antigo aliado de Humala, são apenas duas encarnações desses fantasmas.
             O ex-presidente peruano, que está preso e condenado a 25 anos de prisão, representa o autoritarismo, o desrespeito aos direitos humanos que teria, entre outras coisas, esterilizado 300 mil mulheres pobres. Sem contar a corrupção que dominou seu governo. Já Chávez representa o fantasma de uma guinada para a esquerda, a democracia plebiscitária e a censura à imprensa.
             Dois grandes intelectuais peruanos, o próprio Vargas Llosa e Hernando de Soto, defensores respectivamente de Humala e Keiko, tentam dissipar os fantasmas em torno de seus candidatos. Para o primeiro intelectual, Humala deslocou-se para o centro do espectro político desde 2006. Isso tornou sua candidatura mais viável para os peruanos que querem mudanças.
             "O nacionalismo de Humala é algo sentimental, mas que não implica o fechamento ao capital estrangeiro nem hostilidade a outros países", diz Álvaro Vargas Llosa, filho do escritor.
              De Soto, por sua vez, afirma que a candidata da direita garantiu que não repetiria nenhum dos erros do pai e seguirá seu próprio caminho: "Nada interessa mais aos pobres do que torná-los proprietários, fazer do Peru um país de proprietários. É a maneira de aceder à riqueza já que o Estado não oferece quase nada".
              Economia em questão. O próximo presidente peruano deve se deparar com um problema urgente de ordem econômica: a manutenção da desigualdade, apesar do crescimento contínuo nos últimos anos. A questão já provoca consequências políticas em regiões como Puno, onde a população, indígena na maioria, rebela-se contra a exploração mineral.
              "Keiko propõe uma grande mesa de negociação. A ideia de tornar proprietário não se resume ao título. Todos são proprietários do Peru. E a questão que está em jogo são os recursos hídricos dos indígenas, um dos temas mais complexos", afirma De Soto.
               Olhando o palanque dos dois, no último dia de campanha, vê-se que Humala reuniu em torno dele os principais movimentos sociais, à semelhança do PT no Brasil. O palanque de Keiko era visivelmente mais técnico. O candidato derrotado Juan Pablo Kuczynski, também um tecnocrata, observou no seu discurso que era o único de terno e gravata ao lado de Keiko. "Vamos unir a cabeça ao coração", disse.
                Com a ligação interoceânica, uma estrada de 2 mil quilômetros entre Acre e Ilo, na Costa do Pacífico, tende a crescer no país a parceria com o Brasil.

Dois peruanos revelam o estado de divisão do país.

                David, um ex-policial, comprou um carro e hoje atende a executivos no aeroporto de Lima. "Voto em Keiko porque temo que o progresso seja interrompido." Juan, que trabalha fazendo bicos, afirmou que votaria em Humala, pois o "país está bem e é uma boa hora para mudanças"
               O conjunto da propaganda vai na direção do que esperam. Ambos os candidatos querem manter o crescimento da economia e retirar da pobreza 10 milhões de peruanos, um terço do país.
O caminho de Humala é o de uma grande articulação política. O de Keiko Fujimori é o da capacidade técnica e conhecimento do terreno.
               Esquerda e direita foram reduzidos à essa distinção na América Latina? Possivelmente surgirão muitas outras. Os que duvidam das transformações de Humala afirmam que ideias comunistas não mudam. Não percebem que os comunistas aceitam o capitalismo, desde que possam dirigi-lo.
Os que duvidam de Keiko dizem que será uma continuidade do governo de seu pai. Ela reafirmou no comício que não pretende reproduzir os erros do passado. O legado de Fujimori ainda está presente na Constituição que ele reformou para recuperar uma economia enfraquecida e aniquilar um forte movimento terrorista, o Sendero Luminoso.
               Dilema do centro. Dificilmente, se alguém perguntar no futuro quando é que o Peru "se estrepou", como no romance de Vargas Llosa, a resposta estará nessas eleições. Quem diria que uma das estrelas do palanque da esquerda seria o general que prendeu o líder do Sendero Luminoso, Abimael Guzmán?
De qualquer maneira, turbulências são esperadas. O presidente Alan García fez um apelo aos investidores para que continuem confiando nos peruanos.
               Um dos perigos no horizonte manifestado por Álvaro Vargas Llosa é o do próximo presidente tentar capturar as instituições, como Fujimori ou mesmo como Chávez. Sua alternativa para que a justiça permaneça independente à vigilância da população.
             De Soto acha difícil essa hipótese com Keiko, pois ela teve apenas 25% dos votos no primeiro turno.
             Vladimiro Montesinos, ex-chefe de inteligência de Fujimori, também está na cadeia. Mas é mais um fantasma dos muitos que assombraram o processo peruano. Nele, o centro naufragou e as classes medias não têm alternativa exceto optar por uma das vertentes populares, de esquerda ou de direita.

sábado, 4 de junho de 2011

Humala e Keiko disputam Presidência palmo a palmo no Peru


Por Patricia Vélez e Teresa Céspedes
Reuters – 12 horas atrás
Campanha de Keiko Fujimori para as eleições de domingo

             LIMA (Reuters) - O nacionalista Ollanta Humala e a conservadora Keiko Fujimori seguem competindo palmo a palmo pela Presidência a dois dias da eleição no Peru, segundo pesquisas divulgadas nesta sexta-feira que geraram incertezas nos mercados em umas das economias que mais cresce no mundo.
             No que é visto como um dos segundos turnos mais disputados na história do país, o que deve acontecer é um resultado definido nos últimos instantes entre a filha de um ex-presidente preso, que tem apoio dos investidores, e um militar aposentado de esquerda, que os faz tremer.
Próximo do dia decisivo, em que cada voto pode fazer a diferença já que a população tende a decidir na última hora em quem votar, os institutos de pesquisas correram para as ruas afim de medir as últimas tendências e apontaram um "empate técnico".
           Em uma simulação de votação da Universidade Católica, Humala ficou com 3,6 pontos porcentuais à frente de Keiko Fujimori, com 51,8 por cento frente a 48,2 por cento da candidata, de acordo com uma fonte que teve acesso à pesquisa, feita no dia 02 de junho com 1.800 pessoas e tem uma margem de erro de 2,31 pontos porcentuais.
           Mais cedo, outra simulação de votação da empresa Datum --realizada de 31 de março a 1 de junho com 4.820 pessoas-- mostrou Fujimori com 50,6 por cento, enquanto Humala ficou com 49,4 por cento. O trabalho da Datum teve margem de erro de 1,4 ponto porcentual, o que significa um empate técnico.
          O candidato nacionalista tinha perdido a dianteira nas pesquisas de intenção de votos há cerca de um mês, depois de conquistar a maior votação no primeiro turno, no dia 10 de abril, ainda que a vantagem perante a sua adversária tenha sido apertada.

MERCADOS TEMEM, HUMALA PEDE CONFIANÇA.

           Keiko Fujimori é a preferida dos investidores, que acreditam que ela vai manter as políticas de abertura econômica do país rico em recursos naturais. Ainda que pese o fato de a deputada de 36 anos ser filha do ex-presidente Alberto Fujimori, que foi condenado por crimes contra a humanidade e corrupção e fechou o Congresso em 1992.
           Humala, que perdeu a eleição presidencial de 2006, desperta temores apesar de ter moderado o seu discurso radical e ter se distanciado do presidente venezuelano, Hugo Chávez, líder da esquerda na América Latina.
            A moeda local, o sol, se recuperou das perdas no início do dia e fechou com baixa de 0,11 por cento, enquanto a bolsa caiu 2,3 por cento.O militar aposentado de 48 anos pediu novamente nesta sexta-feira a confiança dos operadores financeiros caso ele vença.
            "Precisam ter confiança, nós temos uma equipe de técnicos com experiência de governo e vamos nos comprometer a manter o crescimento econômico, a estabilidade macroeconômica e uma gestão prudente do caixa", disse ele à Reuters em um encontro com jornalistas estrangeiros.


sexta-feira, 3 de junho de 2011

Ibama autoriza construção de Santo Antônio do Jari.

BRASÍLIA (Reuters) - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) liberou nesta sexta-feira a licença de instalação que permitirá a construção da hidrelétrica de Santo Antônio do Jari, na divisa do Amapá com o Pará.


Sob responsabilidade do consórcio ECE Participações, a usina terá capacidade para gerar 373,4 megawatts (MW) e integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Segundo o Ibama, a obra será executada em uma área que era destinada à produção de papel, no âmbito do Projeto Jari. Assim, não será necessário desmatar floresta nativa na região para a instalação do canteiro de obras.
O Ibama exigiu dos empreendedores que a manutenção de uma vazão mínima no rio Jari para preservar o uso turístico da cachoeira Santo Antônio.
Na quarta-feira, o Ibama já havia autorizado a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, que terá potência de 11,2 mil MW.



(Reportagem de Leonardo Goy)

quarta-feira, 1 de junho de 2011

No Peru, Humala e Keiko trocam acusações em debate


Candidatos estão tecnicamente empatados faltando apenas uma semana para eleições

30 de maio de 2011
11h 26

Humala e Fujimori trocaram duras acusações durante debate neste domingo.
LIMA - Os candidatos à presidência peruana, Ollanta Humala e Keiko Fujimori, empatados tecnicamente nas últimas pesquisas, tiveram na noite deste domingo, 29, um debate marcado pela troca de acusações. O evento antecipa um final tenso para o segundo turno no país, que ocorre no próximo domingo.

Veja também:

Nuestra América: Keiko perde votos e aposta em debate
Humala lembrou que no governo do pai da rival, Alberto Fujimori (1990-2000), houve corrupção e que ela mesmo recebeu dinheiro de pessoas investigadas por narcotráfico durante sua campanha eleitoral para deputada em 2006. "De acordo com dados da Transparência Internacional, no governo onde você, senhora Fujimori, foi primeira-dama, (Alberto) Fujimori malversou US$ 600 milhões", afirmou o militar reformado Humala, vestido de terno negro e gravata azul.
"Em 2006, você foi financiada por uma família acusada de narcotráfico e você disse que não ia devolver esse dinheiro. Como acreditar quando você proclama a luta contra a corrupção e o narcotráfico?", questionou Humala. Em 2004, a Transparência Internacional estimou em US$ 600 milhões os "fundos supostamente roubados" por Fujimori e o colocou em sétimo lugar na lista mundial de mandatários acusados de latrocínio, liderada pelo indonésio Mohamed Suharto.
A candidata admitiu ter recebido US$ 10 mil para sua campanha à deputada de 2006 da irmã de um homem processado por supostamente contrabandear cocaína em um carregamento de farinha de peixe que ia para a Colômbia.
Keiko, por sua vez, acusou Humala de mudar várias vezes seu plano de governo original, de subornar testemunhas em um antigo processo por suposta violação de direitos humanos e de tentar dar dois golpes de Estado quando era militar. "Eu tenho apenas um plano de governo e você tem quatro planos. E já tentou dois golpes de Estado", afirmou Keiko, vestida de terninho preto. A candidata começou sua fala na língua quíchua e se despediu em linguagem de sinais para surdos-mudos.
Humala mudou seu plano original de governo, de forte presença estatal, por outro mais conservador. No ano 2000, ele liderou uma levante militar pelo qual foi processado e indultado. A Justiça peruana também não o acusou pela violenta tomada de uma delegacia a cargo de seu irmão Antauro, major do Exército, em 2005, que deixou seis mortos, quatro deles policiais.
No momento mais tenso do debate, Humala questionou a rival sobre "por que não fez nada" quando era primeira-dama, durante o governo do pai, contra a esterilização forçada de três mil campesinas. Há uma investigação em andamento sobre o caso. Keiko respondeu que Humala tentava confundir os eleitores.
Os ataques se prolongaram por 90 minutos, intercalados por propostas de luta contra a pobreza, temas de segurança, institucionalização democrática e a economia. No final, os candidatos se despediram com um beijo no rosto.


Pesquisas mostravam ontem os candidatos empatados. Uma sondagem da Ipsos Apoyo mostrou Keiko com 50,5% dos votos válidos, e Humala com 49,5%. A empresa Imasen apontou Humala com 50,8%, e Keiko com 49,2%.


Keiko é ligada ao neoliberalismo iniciado durante o governo de seu pai, Alberto Fujimori (1990-2000), que provocou crescimento macroeconômico desde 2001, porém não notado para boa parte dos peruanos. Humala, visto com receio por investidores nacionais e estrangeiros, busca uma maior participação do Estado na educação, na saúde e em programas sociais para os pobres, um terço da população peruana. O vencedor assumirá o país em 28 de julho, quando Alan García deixa o posto. As informações são da Associated Press.

Tópicos: Peru, Eleições, Ollanta Humala, Keiko Fujimori, Internacional, Geral
Keiko e Humala entram empatados na reta final no Peru


30 de maio de 2011
7h 49

AE - Agência Estado

Os candidatos à presidência do Peru, Keiko Fujimori - filha do ex-presidente Alberto Fujimori - e Ollanta Humala, entram na última semana de campanha empatados nas pesquisas de intenção de voto. Em dois levantamentos divulgados ontem, a diferença entre ambos é inferior à margem de erro.
Na noite de ontem, seria realizado o último debate da corrida presidencial, que, segundo analistas, deve ser decisivo para conquistar os indecisos, que variam entre 8% e 10% do eleitorado. Segundo o instituto Ipsos Apoyo, Keiko oscilou negativamente 1,3 ponto porcentual e agora tem 43,5% da preferência do eleitorado, contra 42,6% de Humala. O nacionalista variou 0,2 ponto para cima. Considerados os votos válidos, a filha do ex-presidente Alberto Fujimori tem 50,5%, e o esquerdista, 49,5%.


De acordo com o diretor do instituto, Alfredo Torres, os eleitores perdidos por Keiko não foram conquistados por Humala, e aderiram ao voto nulo. "A maioria dos eleitores não confia na sinceridade de nenhum dos candidatos", disse. "Por isso o empate persiste."


A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos, para mais ou para menos. Foram ouvidos 1.990 eleitores em todo o país. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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